Gelo nas Veias

Craques dinamarqueses da NHL nascem com os patins nos pés.

Autor: Peter Fredberg.

Fonte: www.iihf.com.

Data: 17/03/2017

 

Os pais dos dinamarqueses na NHL revelam como tudo começou.

Os pais dos dinamarqueses na NHL revelam como tudo começou.

É quase um desafio à natureza que um país pequeno como a Dinamarca tenho sido capaz de fazer parte da elite global do hockey  e colocar 11  jogadores na NHL durante o processo.

Esta evolução de fato diz tudo sobre a cultura do hockey deste pequeno país escandinavo, que também sediará o maior campeonato de seleções do hockey no gelo mundial em Maio de 2018, quando o Campeonato Mundial da IIHF 2018 será disputado nas cidades de Copenhagen e Herning.

Uma das mais espetaculares estatísticas da evolução dinamarquesa no hockey é que sete dos nove dinamarqueses atualmente na NHL são filhos de ex jogadores profissionais, sendo que todos participaram de ao menos uma edição do Campeonato Mundial da IIHF.

No total, a escola dinamarquesa de hockey no gelo formou35 jogadores de segunda geração (filhos de atletas) que chegaram à seleção dinamarquesa. Atletas que patinaram pelo mesmo caminho que seus pais. Um feito até agora não igualado por nenhum outro esporte na Dinamarca.

Eis os sete jogadores atualmente na NHL que são filhos de ex participantes da seleção dinamarquesa (os nomes dos pais estão entre parênteses):

  1. Frans Nielsen do Detroit Red Wings (Frits Nielsen).
  2. Jannik Hansen do San Jose Sharks (Hent Hansen).
  3. Lars Eller do Washington Capitals (Olaf Eller).
  4. Frederik Andersen do Toronto Maple Leafs (Ernst Andersen).
  5. Nicklas Jensen do New York Rangers (Dan Jensen).
  6. Nikolaj Ehlers do Winnipeg Jets (Heinz Ehlers).
  7. Oliver Bjorkstrand do Columbus Blue Jackets (Todd Bjorkstrand).

Neste artigo, quatro dos orgulhoses pais contam suas histórias sobre o primeiro encontro de seus filhos com o hockey.

 

Frits Nielsen sobre Frans:

“Guardamos até hoje o primeiro par de patns de Frans. A primeira vez que entrou em um rink foi em Samsoegade in Aalborg. Ele tinha dois anos e meio naquela época. Frans nasceu em Aalborg, então na minha cabeça ele é o primeiro jogador da NHL de Aalborg. Nos primeiros anos de Frans eu trabalhava de treinador em Herning e ficada entre Aalborg e Herning at~e poucos meses ates de Frans fazer sua estreia no gelo em 1986”.

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“Eu acho que Frans sempre soube o que queria fazer. Ele nunca praticou futebol como os outros garotos. Ele só tinha interesse em hockey no gelo e hockeu de rua. Depois até começou a jogar golf com Peter Regin e o irmão mais novo de Frans, Simon. Frans levava jeito com a bolinha. Acho que teria sido um bom golfista se tivesse seguido por este caminho.”.

 

Bent Hansen sobre Jannik Hansen:

“Como seus pais, sempre quisemos que Jannik patinasse. Nós o levamos para Kostalden (um antigo e famoso rink na Dinamarca) quando tinha dois ou três anos. Mas ainda não era para ser daquela vez, Jannik preferiu jogar futebol, que ele gostava muito. Pelo seu sexto aniversário, de repente ele decidiu jogar hockey de novo. Então parou de jogar e voltuo para o futebol de novo. E ficou indo e vindo entre hockey e futebol”.

“Em 1997, quando tinha 11 anos, ele disputou seu primeiro jogo em Rodovre Skojte Arena. Ele não sabia as regras, mas ele se superou e fez parte da primeira equipe a vencer o campeonato dinamarquês de juniores. Jannik sempre teve uma atitude para frente, muita força de vontade e não deixa nada o abater. Lembro que o time de futebol tentou leva-lo de volta, mas o hockey venceu. Não o pressionamos. Foi uma escolha dele”.

 

Olaf Eller sobre Lars Eller:

“Bem no início Lars queria ser goleiro. Ele ficava praticando no porão, querendo ser goleiro, usando um chapéu como catcher. Logo o chapéu foi trocado por uma catcher de verdade, e então ele fez seu primeiro jogo. Mas a decepção dos chutes adversários ao gol resultaram em Lars nunca mais jogando como goleiro. Mesmo que Lars tenha sido influenciado pelo ambiente e tenha sido arrastado aos jogos desde que era muito pequeno, nenhum de nós sabia que ele escolheria o hockey para si”.

“Quando ele tinha cinco anos fomos a um jogo em Rodovre, e ele ficava repreendendo o avô: “Silêncio vovô”. Lars não queria ser perturbado. Naquele momento percebemos o que estava acontecendo. Um ano depois nos mudamos para Rodovre, e Lars aos seis anos teve que mudar de escola e de time. Ele não gostou da escola nova e durante a primeira semana ele ficava sentado no telhado de uma casa de brinquedo em protesto. Percebemos rapidamente que ele tinha que voltar para a escola antiga, Tinderhoj, onde ele gostava da escola e dos professores”.

 

Ernst Andersen sobre Frederik:

“Enquanto eu ainda jogava, lembro de Frederik dormindo ao lado do meu equipamento de hockey. Ele tinha acabado de entrar para a escola naquela época. Quando ele fez nove anos, decidiu virar goleiro, antes de jogar na linha tanto no hockey quanto no futebol”.

“Para o aniversário de 11 anos ele me pediu para ganhar uma catcher. “Só se você conseguir fazer 50 abdominais”, eu respondi. Minha intenção não era fazê-lo desanimar, mas ele precisava saber o quanto o esporte é fisicamente puxado se ele quisesse jogar. Tenacidade e comprometimento sempre foram características de Frederik e ele conseguiu logo fazer os 50 abdominais e ganhou a luva. Nós, como família, sempre o apoiamos, mas nunca o pressionamos. Ele sempre quis isso e sempre deu 100% de si para conseguir seus objetivos”.

 

Nota:

O hockey dinamarquês alcançou um marco histórico no dia 6 de janeiro de 2007 quando Frans Nielsen se tornou o primeiro dinamarquês a jogar na NHL, quando sua equipe, o New York Islanders, enfrentou o Carolina Hurricanes no PNC Arena.

Jannik Hansen foi o segundo dinamarquês na NHL e foi o primeiro a participar dos playoffs pela Stanley Cup em 2007, jogando pelo Vancouver Cannucks.

O primeiro dinamarquês a entrar na NHL pelo Draft foi Heinz Ehler. Ele foi escolhido na 9ª rodada de 1984. 30 anos depois Heinz testemunhou seu filho, Nikolaj Ehlers, ser selecionado como 9º geral do Draft,

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