Finlândia Vence o Mundial de Hockey no Gelo 2019

Mundial de Hockey no Gelo 2019 Tem Campeão Inesperado.

A Seleção Finlandesa de hockey no gelo protagonizou um verdadeiro conto-de-fadas durante o Campeonato Mundial de Hockey no Gelo de 2019 na Eslováquia, ao superar a favorita Seleção Canadense no jogo final ocorrido no último domingo, 26 de maio. Placar final: Finlândia 2 x 1 Canadá.

O Canadá começou a disputa vencendo, mas a Finlândia empatou o jogo ainda no primeiro período com um gol de Marki Anttila, que também marcou o gol que desempatou a partida no terceiro período e ajudou a Finlândia a vencer novamente o Campeonato Mundial – curiosamente, a Finlândia havia sido campeã do mundial de 2011, também disputado na Eslováquia.

 

Autor: Aleksi Teivainen – HT

Fonte : Uusi Suomi

Holanda de Volta à Divisão IB.

Fonte: www.iihf.com

Autor: Joeri Loonen

 

Da mesma forma que em 2016, os holandeses se certificaram que sua permanência na Divisão IIA se limitasse a um único ano. Sob a pressão de serem os favoritos ao ouro, os holandeses se firmaram em casa durante o Mundial IIHF de Hockey no Gelo 2018 – Divisão II Grupo A, disputado em Tilburg.

Holanda retorna à Divisão I depois de uma breve passagem pela Divisão IIA.  Foto: Thijs de Witte

Holanda retorna à Divisão I depois de uma breve passagem pela Divisão IIA. Foto: Thijs de Witte

Em frente a uma arquibancada lotada, no IJssportcentrum em Tilburg, os anfitriões não deram chance alguma e venceram a Austrália por 9 a 2 no último dia e garantiram o retorno à Divisão IB. A Sérvia ficou com o bronze enquanto a Islândia foi rebaixada à Divisão IIB.

Apesar da cor da medalha ser a mesmaa, a Seleção Holandesa de 2018 não tem nada a ver com a equipe que conquistou o ouro dois anos atrás. Em 2016 a maioria dos melhores jogadores holandeses estavam representando a equipe do Tilburg Trappers, que havia acabado de se tranferir para a Oberliga Alemã, onde conquistou os próximos três campeonatos. Enquanto a transferência para o hockey alemão significou a inserção dos jogadores em um ambiente mais competitivo, a longa temporada de playoffs fez com que os jogadores não estivessem disponíveis para representar a Holanda no Mundial 2016.

Problema que não existiu para o Mundial deste ano, uma vez que o calendário permitiu que os jogadores de Tilburg se integrassem ao esquadrão do treinador Doug Mason. Nada menos que 15 jogadores foram selecionados e colheram os esperados frutos.

Os holandeses dominaram a tabela de artilharia, com os seis maiores goleadores vestindo a Jersey laranja. Além disto, a defesa holandesa foi sólida como rocha, tomando apenas cinco gols em cinco jogos.

“A equipe foi fantástica. Do primeiro ao último minuto jogaram muito”, disse Masson louvando seus jogadores. “Uma série invicta faz o treinador parecer bom, mas estes jogadores tornaram meu trabalho bem fácil”.

Jogando em frente à sua torcida, a Holanda enviou logo um claro sinal às outas equipes quando superou a China por 7 a 0 no jogo de abertura e depois passou pela Islândia com um placar de 11 a 1.

A Sérvia foi a primeira equipe capaz de anular parcialmente o ataque holandês, mas acabou perdendo por 5 a 0. Enquanto os holandeses voltaram a marcar dois dígitos no quarto jogo contra a vizinha Bélgica, quando fizeram 10 a 2.

Com quatro vitórias seguidas, a Holanda estava no rumo certo para completar sua missão, mas tiveram que esperar até o último jogo para garantir o primeiro lugar. No jogo 5, os anfitriões enfrentaram a Austrália, até então a surpresa positiva do torneio. A equipe dos cangurus, sob o comando de Brad Vigon, havia mostrado uma performance impressionante até então.

“Estou extremamente orgulhoso de ver como minha equipe se portou em Tilburg. A maioria dos jogadores não havia competido nos últimos sete meses até chegarmos aqui”, Vigon se referiu ao fato de a AIHL (liga de hockey no gelo australiana) ter começado há apenas uma semana.

“Os jogadores tiveram que fazer sacrifícios pessoais para pagar a viagem e se afastaram dos seus trabalhos para participar deste campeonato. Antes, fizemos apenas um amistoso na República Tcheca, então eu estava ansioso para ver como os jogadores se sairiam. Creio que demos um passo à frente para o hockey australiano depois de duas medalhas de prata”.

Os australianos começaram bem o campeonato, quando, graças a dois gols nos últimos dois minutos da partida, superaram a Islândia por 3 a 0 e pagaram embalo.

O goleiro Anthony Kimlim registrou seu segundo jogo sem tomar gols quando venderam a Bélgica por 6 a 0, antes de sua equipe fazer 3 gols no terceiro tempo e virar sobre a China, 3 a 1.

A Austrália continuou seu percurso quando pulverizou a esperança sérvia por uma medalha de ouro, ao vencer o quarto jogo nos pênaltis. Os sérvios começaram o jogo abrindo enfáticos 2 a 0, mas a Austrália assumiu o controle do jogo e marcou 4 gols.

Crédito para a Sérvia por não desistir: Marko Sretovic fez um gol shorthanded e diminuiu a diferença para um. E com o tempo se esgotando e sem goleiro, Petar Novakovic marcou quando faltam 10 segundos para ao fim e empatou, 4 a 4. Beau Taylor converteu então o quinto e decisivo pênalti, garantindo que a Austrália permanecesse invicta antes do confronto com a Holanda no último dia.

Os holandeses trataram de se impor imediatamente contra a Austrália, marcando um gol logo no primeiro minuto de jogo e seguindo em frente. Raymond van der Schuit converteu uma bela troca de passes com Reno de Hondt e Danny Stemper. Cinco minutos depois, Van der Schuit marcou o seu segundo na partida e os defesas Jurry Smid e Jordy van Oorschot também fizerem os seus, garantindo assim um 4 a 0 logo ao final do primeiro período.

A Austrália não foi capaz de manter o ritmo do campeonato contra a Holanda, que se sobressaiu com 66 chutes contra a Austrália, enquanto os australianos chutaram apenas 19 vezes contra o gol holandês. Mickey Bastings e Jordy Verkiel ampliaram o placar para 6 a 0, até que Kieren Webster colocou a Austrália no placar depois de 31 minutos.

Não havia acabado ainda.

O defesa Giovannu Vogellar, que estava aterrorizando goleiros com seu slapshot durante todo o campeonato, também o fez contra a Austrália e marcou duas vezes. Vogelaar foi o artilheiro do campeonato com oito gols.

“Mantivemos nosso foco seguimos nosso planejamento de jogo durante todos os 60 minutos”, comentou Vogelaar. “Sentimos desde o início que venceríamos este campeonato. A maioria dos jogadores do Tilburg Trappers já conhecem o caminho da vitória e o mostraram para os outros jogadores”.

Finalmente, o placar se estabilizou com nove gols, quando Thomas Powell fez as honras dos visitantes australianos com o último gol, 9 a 2.

“Na hora que o primeiro gol aconteceu, eu sabia que seria um longo jogo. Foi um gol de alta qualidade feito por jogadores e alta qualidade”, admitiu Vigon. “Sentimos como se não houvesse pressão sobre nós neste jogo, então jogamos despretensiosamente. No final do dia, simplesmente, os holandeses foram melhores que nós”.

A novata China terminou em um respeitável quarto lugar, após vitórias sobre a Islândia (3 a 1) e Bélgica (5 a 2). O maior objetivo da equipe chinesa, treinada por Jyrki Aho, era evitar o rebaixamento e sabem que há um longo caminho a ser percorrido se quiserem ser competitivos nos Jogos de Inverno de 2022, que ocorrerá em Pequim.

O treinador da Bélgica, Gil Paelinck estava visivelmente irritado com o quinto lugar de sua equipe.

“Fomos superados pela maioria dos times durante esta semana. Nossos meninos baixaram a cabeça quando começamos a ficar para trás”, ele expressou. “Alguns jogadores vieram ao torneio com a atitude errada após uma boa temporada com suas equipes. Eu preferia ter visto um time batalhador no gelo em vez disso”.

A surpresa do ano passado, Islândia, não conseguiu repetir o milagre e foi rebaixada para a divisão IIB. A equipe do treinador Vladmir Kolek perdeu a partida crucial contra a China e saiu do torneio sem nenhum ponto.

“Infelizmente não conseguimos trazer nossos melhores jogadores para este torneio”, disse Kolek. “Tivemos que contar com muitos jogadores ainda muito jovens e que não estão prontos para atuar neste nível. Em cada jogo acabamos cometendo erros que não conseguimos corrigir. Entretanto, estou confiante que usarão a experiência para evoluir e competir pelo retorno à esta Divisão no próximo ano”.

Mundial 2018 – Estatísticas.

Mundial 2018 – Vídeos.

Cruzando o Paralelo 38 Norte.

Autor: Martin Merk.
Fonte: www.iihf.com
As Olimpíadas de Inverno de 2018 terão a participação de atletas da parte norte da península da Coreia depois de conversas surpreendentes entre representantes dos dois países. Os atletas desfilarão juntos nas cerimônias de abertura e encerramento sob a bandeira da unificação e depois deste primeiro grupo, mais atletas individuais comparecerão a PyeongChang depois.

O movimento mais memorável, entretanto, será a presença de uma Seleção Coreana unificada em um esporte coletivo, depois de mais de 60 anos da separação após a Guerra da Coréia.

No hockey feminino as duas seleções não estão longe uma da outra no ranking internacional. As 23 atletas da República da Coréia (conhecida como Coréia do Sul, 22ª do ranking feminino da IIHF) disputarão as Olimpíadas ao lado de 12 atletas da República Democrática da Coréia (Coreia do Norte, 25ª no ranking feminino da IIHF) após a equipe ter recebido uma autorização especial para competir com 35 jogadoras em uma seleção das Coréia Unificada.

Entretanto, a escalação dos dias de jogo deverá obrigatoriamente que ser composta por apenas 22 atletas, sendo ao menos 3 jogadoras da Coréia do Norte.

A seleção coreana começou a ser discutida no dia 9 de janeiro, até que se alcançou um acordo para trabalhar nos detalhes que foram anunciados no último sábado em Lausanne (Suíça), onde fica o Comitê Olímpico Internacional.

Para se prepararem para esta participação histórica, as 12 atletas norte-coreanas viajaram para a Coreia do Sul na última quinta-feira, antes dos outros atletas do país. A delegação cruzou a Zona Desmilitarizada localizada no paralelo de latitude 38º Norte e que divide a península da Coreia nas proximidades das cidades de Kaesong e Paju e depois foi levada a Jincheon, que fica a 90 quilômetros de Seul, onde já estavam treinando as atletas sul-coreanas.

As 12 atletas cruzaram o paralelo 38 norte vestidas com indumentária norte-coreana, mas logo aparecerão com uniforme da Coréia Unificada. A equipe competirá sob a bandeira da unificação, que retrata a península da Coréia e utilizará a sigla COR em vez de KOR para o torneio de hockey feminino.

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A delegação que veio do norte foi recebida com flores pelas colegas sul coreanas, pelas treinadoras Sarah Murray e Mongwong Chung e o presidente da Federação Sul-Coreana de Hockey no Gelo.

De acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap foi acordado que as jogadoras do norte e do sul treinarão separadas antes da unificação efetiva da equipe na próxima semana.

No da 4 de fevereiro a Seleção unificada disputará um amistoso contra a Suécia antes do começo dos Jogos Olímpicos no dia 10 de fevereiro, quando a Coréia jogará contra a Suíça.

O elenco das 35 atletas será publicado em breve.

Goleiros e Música

Braden Holtby, Tuuka Rask entre aqueles que se beneficiam por tocar um instrumento musical.

Autor: Kevin Woodley

Fonte: www.nhl.com

Data: 22/03/2017

 O goleiro do Washington Capital, Braden Holtby, toca guitarra nas tardes dos dias de jogo para relaxar e entrar bem concentrado no jogo da noite, mas o vencedor do Troféu Vezina de 2016 também sabe que esta terapia pode ajudar suas mãos.

Pesquisas indicam que tocar guitarra ajuda a pegar pucks, porque as duas atividades desenvolvem os mesmos circuitos neurais – conecta os olhos, cérebro e mãos – usados para defender.

Holtby disse que a conexão entre as duas atividades faz sentido. Mais importante, ele sente que realmente ajuda.

“É engraçado porque quando se começa a tocar guitarra parece que os dedões estão moles”. “E então quando se evolui no ritmo, mesmo fazendo coisas que não tenham a ver com a guitarra, se sente que as mãos estão mais coordenadas”.

Henrik Lundqvist do New Rangers toca guitarra em programa da tv americana.

Henrik Lundqvist do New Rangers toca guitarra em programa da tv americana.

Holtby cresceu cercado de música e aprendeu sozinho a tocar guitarra enquanto jogava nas categorias de base em Sakatoon. Ele adicionou música à sua rotina dos dias de jogos aos dois meses da temporada passada quando seu empresário lhe deu uma “guitarra para viagem”, para que ele pudesse tocar enquanto o Washington estivesse viajando. Pouco depois, a guitarra apareceu no rink de treino do Capitals para que ele pudesse tocar em casa após o treino matinal.

“Melhorei nos últimos anos”. “Consigo ouvir uma canção, olhar a tablatura e tocar de primeira”.

Nada disso surpreende Ted Monnich, ex goleiro profissional que trabalha coma psicólogo do esporte e treinador mental de goleiros de todos os níveis na América do Norte e Europa. Monnich, que já trabalhou com a filial de Charlotte do Carolina Hurricanes na AHL, começou a rastrear a relação entre goleiros e guitarras em 2003 depois de perceber sua própria melhora ao começar a tocar guitarra antes dos treinos. Ele pesquisou goleiros das ligas menores e encontrou uma relação de incremento das defesas com as luvas para aqueles que tocavam guitarra pouco antes das partidas, algo que ele chama de resposta cinestética.

“Quando observamos o que faz um músico, seja ler uma canção ou memorizá-la, eles respondem a um estímulo com as mãos”. “O estímulo do goleiro é ver o puck vir do taco. O estímulo do músico é normalmente o compasso anterior, ouvir isto, ouvir os padrões é o que desencadeia a resposta de suas mãos. Estamos lidando com uma porção do sistema nervoso central que faz a mesma coisa, ou que tem alguma relação. Um reforça o outro. Tocar música reforça as defesas com as mãos”.

Este efeito não se limita somente à guitarra, apesar dela parecer ser o instrumento favorito dos goleiros.

O goleiro do New York Rangers, Henrik Lundqvist uma vez mandou ver “Sweet Child O´Mine” do Guns n’ Roses durante The Tonight Show Starring Jimmy Fallon. Ryan Miller do Vancouver Canucks, Mike Smith do Arizona Coyotes e Cory Schneider do New Jersey Devils, todos tocam, assim como os aposentados goleiros Jose Theodore, Brent Johnson e Robert Esche. A maioria vê a guitarra como uma terapia, um método de relaxamento, mas como Holtby o ex goleiro Sean Burke, que já chegou a tocar no mesmo palco que Garth Brooks, as vezes traz sua guitarra para tocas nas viagens.

“Acho que música ajuda”. Disse Holtby. “Manter a cadência, sentir o ritmo, envolve muito mais coisa que as pessoas supõem”.

Tuuka Rask do Boston Bruins aprendeu a tocar bateria aos nove anos em uma escola de música da Finlândia e voltou a tocar quando mudou para a América do norte há 10 anos.

“Envolve coordenação, então tenho certeza que há uma relação”, disse Rask, de 30 anos, sobre as similaridades.

Matt Murray, do novato campeão com o Pittsburgh Penguins, ainda toca piano nas suas folgas e já tentou a guitarra, instrumento que seu irmão toca profissionalmente em Toronto.

“Toco até decentemente, mas é difícil evoluir. Acho que quem é capaz de dominar um instrumento se beneficia da habilidade necessária para isto”, disse Murray.

Monnich pergunta a seus goleiros sobre qualquer atividade criativa que façam fora do gelo e lembra que Jacques Plantke (integrante do Hall da Fama do hockey) pintava retratos. Um profissional uma vez disse a Monnich que era bom em fazer vasos cerâmicos e que também utilizava a guitarra para desenvolve suas habilidades.

Monnich disse não ficar surpreso por Rask e Murray tocarem instrumentos diferentes da guitarra e que o trabalho com os pés também precisa de auxílio.

“Para tocar os pedais de um piano ou bateria, há um tempo muito específico para se fazer isso no tempo certo e não há tempo de pensar sobre o que se está fazendo, então a pessoa tem que se condicionar a fazer”. “Há uma resposta ali, um caminho neural específico para os pés que somente é ativado quando recebem um determinado estímulo e quem pensa no que está fazendo atrapalha o andamento. Nosso sistema nervoso contorna nossa mente consciente para dar a devida resposta. Exatamente como um goleiro que reage a um puck vindo em direção a ele: há o estímulo e há a resposta”.

Mesmo que faça sentido para Murray, não se deve esperar que ele asse a seguir a nova rotina de Holtby.

“Não, eu não vou levar um teclado nas viagens”, se diverte Murray.

De Olho no Futuro

Recordista de títulos da Alemanha Oriental olha par ao futuro.

Autor: Henrik Manninen

Fonte: www.iihf.com

Data: 22/03/2017

Weisswasser – Na época em que se chamava Dynamo Weisswasser, o clube alemão que hoje se chama Lausitzer Fuchse foi campeão da Alemanha oriental por 15 vezes consecutivas.

Jogo de alta velocidade e uma ligação entre dois arqui-rivais da porção oriental do país tem agraciado a lendária agremiação alemã com uma paixão duradoura pelo hockey há 85 anos.

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Lausitzer Fuchse

Um ensurdecedor D-Y-N-A-M-O é pronunciado em uníssono pelo narrador da partida e torcedores, enquanto os jogadores uniformizados de azul e amarelo do Lausitzer Fuchse são recebidos em sua casa na Eisarena Weisswasser.

25 anos se passaram desde que o time passou a se chamar “Dynamo Weisswasser”, mas seu legado como a mais bem sucedida equipe de hockey no gelo da Alemanha Oriental ainda persiste, enquanto o clube segue uma batalha de Davi contra Golias.

“Ouvir os gritos de “Dynamo!” durante nossos jogos diz tudo sobre a importância histórica deste clube”, disse o treinador finlandês da equipe, Hannu Jarvenpaa, que faz sua primeira temporada no comando do Lausitzer Fuchse de Weisswasser, peça importante para levar a equipe mais jovem do campeonato aos playoffs da DEL2, segunda divisão do hockey alemão.

Tendo terminado em sexto durante a temporada regular e atualmente disputando cabeça à cabeça com os atuais campeões do Hassel Huskies às quartas-de-final da DEL2, o ataque fluído do Lausitzer Fuchse tem sido uma lufada de ar fresco nesta temporada, onde o treinador Jarvenpaa venceu o prêmio de melhor gestor do ano da DEL2, que lhe foi entregue em frente a seus torcedores no dia 17 de março.

Vivendo entre paisagens nas quais lagos pitorescos contrastam com veios marrons de minas de carvão a céu aberto nas proximidades da fronteira com a Polônia, Weisswasser viu sua população decrescer e seus troféus passarem por uma seca permanente desde a temporada 1989/1990, quando celebraram seu 25º título da extinta liga da RDA (República Democrática Alemã, conhecida como Alemanha Oriental).

Desde que o muro de Berlin foi derrubado em 1989, o hockey tem passado por um precário caminho de altos e baixos em Weisswasser. No comando desta temporada, Jarvenpaa, que mais recentemente trabalhou sete anos como treinador da EBEL (liga austríaca), foi escolhido a dedo para ser o homem que cuidará do futuro do Lausitzer Fusche, uma tarefa que ele diz ser “uma grande honra”.

“Desde que eu era um jovem que jogava pelo Karpat Oulu, eventos fora da Finlândia sempre me interessaram”, disse Jarvenpaa. “Naquela época eu guardava os resultados do hockey que eram publicados em jornais finlandeses e era muito fácil lembrar da liga da Alemanha Oriental com suas únicas duas equipes, de Berlin e Weisswasser”.

“Quando fiz minha estreia em campeonatos mundiais coma a Finlândia, no mundial de Praga em 1985, empatamos em 4 a 4 com a Alemanha Oriental. Lembro de ter pensado que Berlin é Berlin, mas por que Weisswasser?”, falou Jarvenpaa enquanto lembra que ainda guarda em casa uma fita k7 com a sua estreia, que ele fez questão de limpar e assistir antes de iniciar sua nova jornada.

Durante a hoje extinta era de 1949 e 1990, quando a Cortina de Ferro dividiu a Alemanha, uma decisão política do leste impulsionou o desenvolvimento do hockey no gelo na RDA. Por não haver possibilidade de se conseguir prestígio internacional, o financiamento foi drasticamente cortado em 1970 e daí em diante dois clubes, Berlin e Weisswasser, competiram entre si no campeonato doméstico.

Apesar da limitada disponibilidade de jogares, a RDA ainda conseguiu lutar acima do seu peso no cenário internacional. No mundial de 1983 na Alemanha Oriental, os jogadores do país chegaram ao mundial com apenas 10 partidas no ano e ainda assim conseguiram um inacreditável sexto lugar.

Enquanto o Dynamo Berlin pouco após a reunificação alemã se transformou no Eisbären e se tornou o recordista de títulos da liga alemã (DEL), com sete títulos, ajustar-se à nova era tem sido uma tarefa complicada para o provinciano Weisswasser, que até 1990 disputou seus jogos como mandante a céu aberto naquilo que foi um dia o mais moderno ginásio de hockey do continente, mas que após a queda do muro se tornou totalmente obsoleto para os padrões de seus visitantes ocidentais.

Desde 2002 a equipe de Weisswasser e chama Lausitzer Fuchse, que em tradução literal significa Raposas Lustianas em uma homenagem à história de sua região natal. Enquanto pedaços do muro de Berlin são vendidos por quase tanto tempo quanto o próprio muro dividiu a Alemanha, o Lausitzer Fochse anunciou um convênio com seu antigo rival, Eisbären Berlin, que é visto como um novo capítulo capaz de impulsionar o hockey na parte leste do país.

“Estamos no caminho certo para nos fixarmos na DEL2 com a oportunidade de trocarmos ideias e jogadores com um time de altíssimo nível, esta parceria entre duas equipes do antigo Leste é muito importante para nós”, disse o presidente do clube, Dirk Rohrbach.

Com a população de Weisswasser hoje em torno das 17 mil pessoas, suas pequenas área e possibilidade financeira fazem com que um retorno à elite do esporte seja uma possibilidade irreal. Mas enquanto levantar troféus ficou no passado, a paixão e o apoio vocal de seus torcedores parecem ser infinitos. Em janeiro, 8 mil torcedores – quase metade da população da cidade – estavam entre os 31.853 presentes no primeiro Winter Classic da DEL2, disputado contra os rivais da Saxônia, Eislowen Dresden, no estádio de futebol de Dresden.

Com o hockey em Weisswasser tendo completado seu 85º aniversário nesta temporada, o presidente Rohrbach faz questão de enaltecer a importância do Sausitzer Fuchse dentro da comunidade como forma de abrilhantar as vidas das pessoas na região, que enfrentaram drásticas mudanças recentemente.

Fora do gelo, os jogadores parecem terem entendido o recado. Enquanto jogaram apenas para sobreviver na DEL2 do ano passado, percorreram um longo caminho sob os cuidados de Jarvenpaa. Enquanto as quartas-de-final contra o Kassel Huskies continuam nesta semana, Jarvenpaa mantem a cabeça fria com um mantra que tem lhe servido bem durante esta temporada como treinador: “Você é tão bom quanto seu último jogo e, infelizmente, é verdade”.

Gelo nas Veias

Craques dinamarqueses da NHL nascem com os patins nos pés.

Autor: Peter Fredberg.

Fonte: www.iihf.com.

Data: 17/03/2017

 

Os pais dos dinamarqueses na NHL revelam como tudo começou.

Os pais dos dinamarqueses na NHL revelam como tudo começou.

É quase um desafio à natureza que um país pequeno como a Dinamarca tenho sido capaz de fazer parte da elite global do hockey  e colocar 11  jogadores na NHL durante o processo.

Esta evolução de fato diz tudo sobre a cultura do hockey deste pequeno país escandinavo, que também sediará o maior campeonato de seleções do hockey no gelo mundial em Maio de 2018, quando o Campeonato Mundial da IIHF 2018 será disputado nas cidades de Copenhagen e Herning.

Uma das mais espetaculares estatísticas da evolução dinamarquesa no hockey é que sete dos nove dinamarqueses atualmente na NHL são filhos de ex jogadores profissionais, sendo que todos participaram de ao menos uma edição do Campeonato Mundial da IIHF.

No total, a escola dinamarquesa de hockey no gelo formou35 jogadores de segunda geração (filhos de atletas) que chegaram à seleção dinamarquesa. Atletas que patinaram pelo mesmo caminho que seus pais. Um feito até agora não igualado por nenhum outro esporte na Dinamarca.

Eis os sete jogadores atualmente na NHL que são filhos de ex participantes da seleção dinamarquesa (os nomes dos pais estão entre parênteses):

  1. Frans Nielsen do Detroit Red Wings (Frits Nielsen).
  2. Jannik Hansen do San Jose Sharks (Hent Hansen).
  3. Lars Eller do Washington Capitals (Olaf Eller).
  4. Frederik Andersen do Toronto Maple Leafs (Ernst Andersen).
  5. Nicklas Jensen do New York Rangers (Dan Jensen).
  6. Nikolaj Ehlers do Winnipeg Jets (Heinz Ehlers).
  7. Oliver Bjorkstrand do Columbus Blue Jackets (Todd Bjorkstrand).

Neste artigo, quatro dos orgulhoses pais contam suas histórias sobre o primeiro encontro de seus filhos com o hockey.

 

Frits Nielsen sobre Frans:

“Guardamos até hoje o primeiro par de patns de Frans. A primeira vez que entrou em um rink foi em Samsoegade in Aalborg. Ele tinha dois anos e meio naquela época. Frans nasceu em Aalborg, então na minha cabeça ele é o primeiro jogador da NHL de Aalborg. Nos primeiros anos de Frans eu trabalhava de treinador em Herning e ficada entre Aalborg e Herning at~e poucos meses ates de Frans fazer sua estreia no gelo em 1986”.

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“Eu acho que Frans sempre soube o que queria fazer. Ele nunca praticou futebol como os outros garotos. Ele só tinha interesse em hockey no gelo e hockeu de rua. Depois até começou a jogar golf com Peter Regin e o irmão mais novo de Frans, Simon. Frans levava jeito com a bolinha. Acho que teria sido um bom golfista se tivesse seguido por este caminho.”.

 

Bent Hansen sobre Jannik Hansen:

“Como seus pais, sempre quisemos que Jannik patinasse. Nós o levamos para Kostalden (um antigo e famoso rink na Dinamarca) quando tinha dois ou três anos. Mas ainda não era para ser daquela vez, Jannik preferiu jogar futebol, que ele gostava muito. Pelo seu sexto aniversário, de repente ele decidiu jogar hockey de novo. Então parou de jogar e voltuo para o futebol de novo. E ficou indo e vindo entre hockey e futebol”.

“Em 1997, quando tinha 11 anos, ele disputou seu primeiro jogo em Rodovre Skojte Arena. Ele não sabia as regras, mas ele se superou e fez parte da primeira equipe a vencer o campeonato dinamarquês de juniores. Jannik sempre teve uma atitude para frente, muita força de vontade e não deixa nada o abater. Lembro que o time de futebol tentou leva-lo de volta, mas o hockey venceu. Não o pressionamos. Foi uma escolha dele”.

 

Olaf Eller sobre Lars Eller:

“Bem no início Lars queria ser goleiro. Ele ficava praticando no porão, querendo ser goleiro, usando um chapéu como catcher. Logo o chapéu foi trocado por uma catcher de verdade, e então ele fez seu primeiro jogo. Mas a decepção dos chutes adversários ao gol resultaram em Lars nunca mais jogando como goleiro. Mesmo que Lars tenha sido influenciado pelo ambiente e tenha sido arrastado aos jogos desde que era muito pequeno, nenhum de nós sabia que ele escolheria o hockey para si”.

“Quando ele tinha cinco anos fomos a um jogo em Rodovre, e ele ficava repreendendo o avô: “Silêncio vovô”. Lars não queria ser perturbado. Naquele momento percebemos o que estava acontecendo. Um ano depois nos mudamos para Rodovre, e Lars aos seis anos teve que mudar de escola e de time. Ele não gostou da escola nova e durante a primeira semana ele ficava sentado no telhado de uma casa de brinquedo em protesto. Percebemos rapidamente que ele tinha que voltar para a escola antiga, Tinderhoj, onde ele gostava da escola e dos professores”.

 

Ernst Andersen sobre Frederik:

“Enquanto eu ainda jogava, lembro de Frederik dormindo ao lado do meu equipamento de hockey. Ele tinha acabado de entrar para a escola naquela época. Quando ele fez nove anos, decidiu virar goleiro, antes de jogar na linha tanto no hockey quanto no futebol”.

“Para o aniversário de 11 anos ele me pediu para ganhar uma catcher. “Só se você conseguir fazer 50 abdominais”, eu respondi. Minha intenção não era fazê-lo desanimar, mas ele precisava saber o quanto o esporte é fisicamente puxado se ele quisesse jogar. Tenacidade e comprometimento sempre foram características de Frederik e ele conseguiu logo fazer os 50 abdominais e ganhou a luva. Nós, como família, sempre o apoiamos, mas nunca o pressionamos. Ele sempre quis isso e sempre deu 100% de si para conseguir seus objetivos”.

 

Nota:

O hockey dinamarquês alcançou um marco histórico no dia 6 de janeiro de 2007 quando Frans Nielsen se tornou o primeiro dinamarquês a jogar na NHL, quando sua equipe, o New York Islanders, enfrentou o Carolina Hurricanes no PNC Arena.

Jannik Hansen foi o segundo dinamarquês na NHL e foi o primeiro a participar dos playoffs pela Stanley Cup em 2007, jogando pelo Vancouver Cannucks.

O primeiro dinamarquês a entrar na NHL pelo Draft foi Heinz Ehler. Ele foi escolhido na 9ª rodada de 1984. 30 anos depois Heinz testemunhou seu filho, Nikolaj Ehlers, ser selecionado como 9º geral do Draft,

Jogo mais Longo da História!

Partida na Noruega dura 11 períodos.

Autor: Martin Merk

Fonte: www.iihf.com

Data: 13/03/2017

Hamar (Noruega) – Um jogo de quartas-de-final da principal liga norueguesa masculine quebrou o recorde de prorrogações para uma partida de hockey, que era de um jogo da NHL ocorrido em 1936. A equipe Storhamar Hockey precisou de 11 períodos, sendo oito prorrogações, para vencer o Sparta Sarpsborg por 2 a 1. O tempo de jogo foi de 217 minutos e 14 segundos – um novo recorde mundial (o antigo era de 176 minutos e 30 segundos).

A linha do placar no website do Storhamar Hockey ficou assim:

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Storhamar 2 (OT) – 1 Sparta Sarpsborg

(0-0, 1-0, 0-1, 0-0, 0-0, 0-0, 0-0, 0-0, 0-0, 0-0, 1-0)

 

Erik de la Rose, irmão mais velho do jogador sueco da NHL Jacob de la Rose, abriu o placar para os donos da casa no segundo período.

Quando Henrik Knold empatou para os visitantes aos 2:20 do terceiro tempo, os 5.526 torcedores em Hamar não faziam idéia de quanto hockey receberiam pelo dinheiro pago pelo ingresso. Aqueles que ficaram até o final basicamente receberam três jogos e meio pelo preço de um.

Os times ficaram sem marcas por sete prorrogações. Aos 17:14 da oitava prorrogação Joakim Jensen superou o goleiro do Sarpsborg Samuel Ward com um chute do círculo de faceoff direito, selou a vitória dos anfitriões e colocou esta partida nos livros de história.

Os jogadores do Storhamar pularam do banco e celebraram a vitória desta batalha “eterna” como se tivessem vencido o campeonato. O lema da equipe “Vi gir oss aldri” (Nunca desista) foi comprovado na prática, literalmente.

Eis os chutes a gol de cada equipe na partida: 95-93 (9-2, 7-8, 8-10, 8-6, 10-14, 10-8, 4-7, 12-11, 7-11, 11-9, 7-7).

O jogo terminou após 217 minutos e 14 segundos de jogo cronometrado. Se incluirmos os intervalos e paradas, o jogo levou oito hora e meia, tendo começado na noite do domingo, 12 de março às 18:00 e terminado 02:30 da madrugada da segunda-feira dia 13 de março. Os jogadores do Sparta Sarpsborg ainda tiveram que voltar de ônibus para casa, onde chegaram somente às 06:15 da manhã, sendo que muitos dos jogadores são semi-profissionais e ainda teriam que encarar um dia de trabalho ou estudo. “Não consigo imaginá-los indo ao trabalho ou à aula”, disse o Gestor do Sparta Sarpsborg, Daniel Bjornberg ao portal www.vg.no.

Jensen estava feliz de ter marcado o gol decisivo e finalizado o jogo mais longo da história. “Foi bom, Foi com certeza o jogo mais longo do qual participei. São quase 3 da manhã; Vai ser bom ir para casa e deitar”, disse o atacante de 29 anos à TV2. “Tive câimbra nas duas pernas desde o quinto período mas sabia que eu não era o único cansado. Acabaram trazendo um monte de pizza e massas, comemos até três refeições durante a partida”.

Apesar de tudo, não haverá muito tempo para descansar. Graças à vitória o Storhamar lidera a série melhor-de-sete destas quartas-de-final por 3 a 2, mas no dia seguinte haverá jogo em Sarpsborg.

 

Jogos mais longos da história do Hockey:

1º 2017, Noruega: Storgamar Hockey x Sparta Sarpsborg: 217min e 14s.

2º 1933, NHL: Detroit Red Wings x Montreal Maroons: 176min e 30s.

3º 2008, DEL (Alemanha): Kolner Haie x Adler Mannheim: 168min 16s.

4º 2015, Bielorrússia, Yunost Minsk x HK Gomel: 165 min 11 s.